segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Entrevista com Estevan Silveira

Esta é a entrevista de Estevan Silveira concedida à nossa figurinista e maquiadora Diana:

Carreira
1.Como começou o interesse por cinema?
Meu interesse começou nos anos 90. Quando comecei a fazer um trabalho de assistência de direção com o Chongking. Em 92 montei um vídeo experimental e fui diretor, o nome era mulheres em fuga.

2.Quais as suas influências – cinematográficas, literárias etc?
Gosto muito do trabalho do Orson wels, as comedias italianas e um pouco de cinema europeu e americano.

3.A sua formação – instrução, família, amigos, coisas que gosta de fazer, inspiração...
Formação acadêmica: Letras. Acabei de fazer uma pós graduação em produção e direção de documentários. Fiz mais alguns cursos, mas o bom é a experiência.
Gosto muito de literatura por isso procuro fazer um casamento entre cinema e literatura (Dalton Trevisan), também tenho uma formação em turismo e meio ambiente.
Nas oras vagas gosto de ler, ouvir música (Rock n´ Roll) e praticar esportes - judô, futebol, velejar.

4.Quais os temas que mais trabalha, nos filmes?
Atualmente em relação à cidade de Curitiba. No final do ano vou rodar um filme ”Em busca de Curitiba perdida”, um curta em 35mm.

5.Filmografia (título, bitola, duração e ano de estréia de todos os filmes)
1992 – Suplício de uma Saudade / assistente de direção
1992 – Tenderly / assistente de direção
1993 – A teia de renda negra / co-direção
1993 – Mulheres em Fuga / direção - produção
1994 – Conheça o Paraná / direção - produção
1995 – Ezequiel / direção - produção
1995 – Guaraqueçaba “ Ninho de Guáras” / direção - produção
1996 – Que Fim Levou o Vampiro de Curitiba? / direção - produção
1997 – Retrato 3X4 / direção - produção
1998 – Rainha de Papel / direção - produção
2000 – Tadashi “ poeta do traço “ / direção – produção
2001 – O Escapulário / direção – produção
2002 – Belo, Feio & Maldito / direção - produção
2003 – Punhal na Garganta / direção – produção
2004 – Penélope / direção – produção
2006 – Balada do Vampiro / direção – produção ( filme em 35 mm )

6.Carreira dos filmes – prêmios, críticas
crítica – elogios. Datas que saírem
PREMIAÇÕES
RAINHA DE PAPEL ( vídeo - documentário )
21º - Guarnicê de Cine - Vídeo de São Luís - MA
Troféu Jangada OCIC ( Office Catholic International du Cinéma )
Especial do juri – riqueza de personagem
Itaú Cultural – melhor vídeo

BALADA DO VAMPIRO ( Filme – ficção )
4º Festival de Cinema de Maringá -PR
Troféu CUNHA DE AÇO – melhor fotografia curta-metragem em 35 mm
35º Festival de Cinema de Gramado – RS
Troféu KIKITO – melhor música / direção de arte curta-metragem em 35 mm

7.O que foi mais marcante em sua história profissional (pedir pra contar a história...)?
Existem dois momentos marcantes:
- Documentário chamado Rainha de Papel. Que aconteceu nos anos 90. Realizei um sonho de uma pessoa (artista de rua que ficou super conhecida) e documentário ganhou prêmios.
- O último trabalho “Balada do Vampiro” que ganhou prêmio em Gramado.

8.Como definiria o seu estilo como diretor? Esteticamente etc
Procuro a realização de um trabalho que me satisfaça em vários aspectos. Que tenha um paralelo entre a música, literatura e fotografia. “Balada do Vampiro” teve tudo isso. Minha maior marca é trabalhar com os marginais, como Dalton Trevisan.

Produção
9.Como tem sido o seu modo de realizar filmes - produção, verba, recursos humanos (pedir para descrever como acontece o processo, desde a criação)
Hoje para você fazer um curta em película você não faz sem lei de incentivo. Custa em torno de 50, 60mil para realizar. A finalização é em são Paulo, então fica bem mais caro.
O problema é na divulgação, existem duas formas que ela pode ser feita: mostra de cinemas ou canal de tv fechado.
Ou você produz, monta, edita com recursos próprios. Ou então realiza através de leis.
Eu busco fazer dois trabalhos por ano (um por lei de incentivo, um por conta própria).
A Lei de Incetivo funciona assim:
Você tem a idéia, monta o roteiro e manda para a lei. Aprovado o roteiro, faz a captação de verba. Monta uma equipe (eu tenho pessoas que trabalham há vários anos). Conforme a estética que quero dar ao filme eu chamo o diretor de fotografia. E dependendo do estilo chamo o músico mais adequado. A equipe técnica é sempre a mesma.

10.Como são divulgados os seus filmes?
São passados em festivais. Mas isso depende muito, por exemplo em Gramado ganhei dois prêmios, enquanto no festival do Rio e de Santos nem entraram.

11.De que forma as leis de incentivo, as escolas, a TV Educativa e a RPC, entre outros, têm ajudado a sua carreira?
A Educativa sempre ajudou na divulgação, mas nunca realizei nada com eles. A escola de cinema nunca participei.

12.Sobre a questão técnica - poucas pessoas conseguem sobreviver de cinema no Paraná, portanto toda a equipe técnica acaba "fugindo" para a publicidade para sobreviver da sua profissão. Como é lidar com isso? Com quais os técnicos tem trabalhado mais frequentemente e o que significa.Eu não vivo só de cinema. Agora nesse momento eu estou conseguindo não gastar dinheiro do meu bolso para fazer esse trabalho. Mas também não estou ganhando. Tem pessoas que tem que migrar para área de publicidade, é o que mais paga.
Em Curitiba existem várias faculdades e vários cursos que formam diretores, roteirista, produtor. No entanto, não formam equipe técnica. Então é difícil de achar. Se você não conhece e complicado.
Eu já tenho uma equipe técnica que trabalham comigo faz tempo.

13.E a formação de mão de obra – tem opinião formada sobre os cursos de cinema locais?
Alguns são picaretas e outros não. Basta saber quais são e não. Tem alguns que eram meros caça níqueis (começaram e já acabaram).

14.É possível viver de cinema no Paraná? É só a questão financeira? Quais são as outras dificuldades? O que é necessário para que o profissional possa viver só de cinema?É possível se só se dedicar a isso e correr atrás. Dar aula, entrar na parte acadêmica também. Eu não faço só isso, sou comerciante.

15.Aponte o nome mais significativo para a história do cinema no Paraná (pessoa, instituição etc).
João Batista Grof foi um grande artista. Na época que o cinema era muito difícil de fazer ele fazia, ele documentou toda uma época do Paraná.

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